29.5.06

essas coisas de amizade

Quero confiança em cada olhar vindo de um amigo
e sinceridade em cada ato meu que parta para lá.

2.5.06

alice

alice e sua wonderland...
sonho que se sonhou
as vezes é realidade que não se sabe mesmo se não existe.

da mesma matéria que compõe os sonhos...

só de falar em sonhos, nas últimas 24 horas (talvez duas ou três horinhas a mais) estremeço.

todos têm sonhos
os meus me causam medo. medo de não conseguir ser quem eu quero ser, de chegar aonde é o meu lugar. de direito e de competência.
o frio na barriga que me dilacerou a noite passada nunca tive igual. a angústia, o pensamento ocupado, a confiança como em um circo andando na corda bamba, na altura das nuvens e com medo de cair. uma barra de resposabilidade pelo destino nas mãos pesava.

de uma maneira inexplicável e só aceitável porque eu sei o que é sentir cada segundo daquele momento angustiante, de repente me decidi. decidi mudar. encarar o que seria o sonho falido, o sonho que a gente insiste apenas porque sonhou um dia, nem sabe se ainda sonha e chega a tal ponto que nem nos interessa mais.

aprendi não faz muito tempo que as vezes a gente cai na mesmice de nós mesmos... obedecendo uma certa identidade que já não é mais a mesma... achamos correto quem corre atrás dos sonhos de sempre, e não vemos que a cada novo dia somos novos e quem sabe até nossos sonhos mudam. não devíamos ficar tão presos aos sonhos. sonho que se sonhou, não precisa virar realidade.

poderia ser ponto final. mas, depois de muito desejar que algum deus dos sonos (e dos sonhos, agora noutro sentido) me fizesse enxergar tudo com mais calma.
e o novo dia recusa a mudança. quer ser o mesmo. acredita nos velhos sonhos...
não, não sei se meus sonhos ainda são os mesmos ou se eu sigo buscando algo do passado só pra mostrar que não desisti ou que vou atrás dos meus sonhos...

essa questão de correr atrás de sonhos pode ser uma grande tolice. como muitas das idéias românticas... ou não. esse negócio de mudar os sonhos, como já vi muitas vezes acontecer, serve muito bem aos discursos dos fracassados. "Ah, não era isso que eu queria... Como não vi antes que nasci pra isso... Isso foi o que eu sempre quis e não via..."

por um lado... a mesmice de si mesmo... ninguém nunca é o mesmo então nossos sonhos não precisam ser.
do outro... discurso dos fracassados... cada derrota podemos encobrir como se o sonho não fosse aquilo que mais queremos.

a matéria que compõe os sonhos, então, é muito mais densa do que se pode imaginar...

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"menor que meu sonho não posso ser" - lindolf bell